domingo, 4 de dezembro de 2011

4.1. O BARROCO NA EUROPA (1600-1760)

OBS: O texto abaixo não tem pretensão autoral. Trata-se de notas e ‘fichamentos’ de partes da Bibliografia referenciada em seguida e que foram feitos apenas com caráter didático.


4.1.1. Introdução:
- Etimologia da palavra barroca. Sentido pejorativo que este termo e esta fase da história da arte, tinham na sua origem. Pérola barroca, dizia-se de uma pérola defeituosa.
- Pevsner afirma que o barroco primeiro nasce na Itália, em Roma, e se expande depois para os demais países Europeus (1600-1760). Maravall afirma que nasce na Península Ibérica e situa-se nos três primeiros quartos do séc. XVII.
- Maravall realça que é importante ter em conta uma noção de cultura do barroco, na qual, sobressai a arte barroca mas onde vigora também uma ‘arte’ da guerra, ‘arte’ da etiqueta... etc.
- A arte barroca é fundamentalmente propagandística. De acordo com Argan, é o primeiro período da história da arte que usa a esta como ‘marketing’. A arte barroca, é, em essência, uma propaganda subliminar que sustenta o status-quo da época: a monarquia absoluta e a igreja católica.
- Barroco e retórica (arte da eloqüência e da insistência).
- Barroco como arte da contra-reforma.
- O retorno a uma religiosidade de caráter medieval, (o culto macabro, do Triunfo da Morte, na Idade Média é reatualizado no Barroco).
- O Barroco é característico dos países do sul da Europa e em alguns estados católicos da Alemanha e da Áustria.
- Resistência ao Barroco nos países do norte (França, Inglaterra, Países Baixos), local onde o iluminismo penetrou mais cedo.
- Sob o ponto de vista das mentalidades, iluminismo e barroco são incompatíveis.
- Não só, mas em geral, o iluminismo penetrou com maior rapidez nos paises protestantes.
- Os fatores político-culturais centrais do Barroco - segundo Maravall – são: o catolicismo tridentino; a Santa Inquisição; o ensino jesuítico e o absolutismo monárquico.
- A obra clássica de Copérnico é do final do Renascimento (1543); a de Galileu, de 1632, seria do meio do Barroco segundo a periodização proposta por Maravall; ainda assim, a física da natureza, aristotélica, base para a concepção de um mundo fechado, centrado, predominou durante todo o século XVII europeu e início do XVIII até ser substituída definitivamente pela física newtoniana.
- O Barroco é assim o período onde os grandes embates filosóficos que permitiram a passagem de uma concepção de um mundo fechado para um universo aberto se deram.
- Se, sem dúvida alguma, a mutabilidade, a transitoriedade, a fugacidade e a falsidade da vida terrena são temas fundamentais em torno dos quais gira a cultura do Barroco, isso não significa que não exista ainda fortemente presente como mote central da mundivisão deste período uma idéia de imutabilidade e perenidade, associada às coisas divinas e às verdades eternas, e que não deve ser ignorada.
4.1.2. Arte Barroca – o barroco romano.
- Arte Barroca, simbolismo e alegoria.
- Sob o ponto de vista estético, o barroco não tem grandes discrepâncias com o Renascimento. Os princípios de clareza e de unidade deste último em contraposição à obscuridade e multiplicidade do primeiro não os tornam necessariamente opostos e os dois estilos dividem entre si um patrimônio comum bastante significativo. O barroco continua a trabalhar com os elementos semânticos da arquitetura clássica, contudo, incrementa os aspectos decorativos destes.
- Sigfried Giedion afirmou que a fachada dos edifícios, fôsse o palácio ou a igreja, era "..determinada pela matemática, ao passo que o estilo dos interiores era o produto de uma imaginação luxuriante".
- O Barroco leva até as últimas conseqüências a arte da pintura ilusionista, do trompe l’oeil maneirista: eles chegam mesmo a serem aplicados à arquitetura do cotidiano (como na Scala Regia no Vaticano) e não ficam restritos à cenografia como no maneirismo (Teatro Olímpico de Palladio – Scamozzi).
- Se no Renascimento a forma clássica por excelência era o círculo, no Barroco, vai ser a vez da elipse. O círculo é estático, a elipse é movimento.
- O plano de igreja da Contra Reforma é o plano longitudinal. O barroco, via de regra, vai dar continuidade ao plano longitudinal, contudo, alguns dos planos de igrejas mais elaborados da arquitetura barroca romana, terão a forma elíptica ou serão derivados dela.
- No Barroco romano, também o elemento curvo foi introduzido na fachada de igrejas e palácios.
4.1.3. O barroco no norte da Europa.
- O barroco francês foi contido, quase clássico. O grande aporte da França para o barroco foi na organização do espaço exterior, sobretudo na organização dos grandes parques compreendidos como prolongamento do palácio. A preponderância de um governo secular sobre o governo religioso, e sobretudo de uma casta de intelectuais envolvidas com a renovação cultural e com a laicização da sociedade, fizeram com que o espírito de contra-reforma nunca tivesse uma verdadeira repercussão no horizonte cultural francês.
- Também o Barroco inglês é clássico. As mesmas premissas existentes na França, existiam no solo inglês, algumas inclusivemais tempo.
- Entre os países nórdicos, apenas a Alemanha do Sul (Baviera) e a Áustria, estados católicos, adotaram as concepções complexas do espaço barroco italiano.
- A Península Ibérica, em especial a Espanha, é o típico país em que as premissas do sistema barroco se encontram de forma mais plena; o catolicismo tridentino, a Santa Inquisição, o ensino jesuítico e o absolutismo monárquico. O barroco espanhol é exuberante.
Bibliografia:
ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e persuasão: ensaios sobre o barroco. São Paulo : Companhia das Letras, 2004.
GIEDION, Siegfried. Espaço, tempo e arquitetura: o desenvolvimento de uma nova tradição. São Paulo : Martins Fontes, 2004.
MARAVALL, José António. La cultura del Barroco. Barcelona, Editorial Ariel, 1996. (1ª ed. 1975).
PEVSNER, Nikolaus. Panorama da arquitetura ocidental. São Paulo, Martins Fontes, 1982.

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